Vitor Amaral - Vice - Reitor da Universidade do Rio de Janeiro e Diretor de Relações Internacionais
O senhor Vitor Amaral, Vice-Presidente da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Director das Relações Internacionais desta entidade, veio a Rennes com o fim de realizar palestras para os estudantes do Master ALPI, na semana do 16 ao 22 de outubro de 2017.
As conferências do senhor Amaral trataram de três temas principais:
O primeiro seminário propôs uma análise da cultura brasileira
A segunda conferência centrou-se na história política do país acabando com um foco no impeachment de Dilma Roussef e na governança de Michel Temer depois deste evento
A terceira intervenção expôs a organização do sistema educativo no Brasil
Primeiro, o senhor Amaral destacou a ligação entre a cultura brasileira de hoje e a sua história colonial e a sua estratégia de desenvolvimento, que queria ser parecida à da Europa, após esse período. Com efeito, o Brasil inspirou-se do que estava a passar no exterior, sobretudo em Francia, para desenvolver-se e mostrar a imagem de um país “civilizado” ao mundo. Não obstante, o Estado não adaptou esses conceitos à sua situação pós-colonial, o que limitou o seu desenvolvimento. O facto de querer « fazer tão bem como o resto do mundo » marcou a sociedade brasileira. Esta última guardou esse sentimento de inferioridade e o pensamento de que todo o que vem do exterior é melhor. Além disso, examinámos os diferentes regimes políticos que se seguiram no Brasil desde o seu « descobrimento » em 1500 até hoje com o Governo de Michel Temer. O Estado atravessou numerosos sistemas políticos depois do período colonial, como monarquias, repúblicas, ditaduras e períodos de transição instáveis e sofreu diversos golpes de Estado. Finalmente, o Brasil não viveu períodos de verdadeira estabilidade política e isso também se refletiu na sua economia e as fortes desigualdades presentes entre os cidadãos. Vão as eleições de 2018 mudar as coisas ou representar outro mandato entre tantos?
Por fim, o senhor Amaral explicou o funcionamento do sistema educativo no Brasil. Ele insistiu na Educação Superior e nas Relações Internacionais, o que nos afeta diretamente como estudantes de um Master internacional especializado na América Latina e na Península Ibérica. Também, a cooperação franco-brasileira é muito desenvolvida e começou no início do século 20.
Matthieu Pautonnier - Especialista em risco de crédito
Na quinta-feira 26 de outubro, recebemos Matthieu Pautonnier, economista quantitativo na TAC ECONOMICS, um gabinete privado criado em 1991, em Saint Hilaire des Landes, perto de Rennes.
TAC ECONOMICS é composta de uma equipa de 20 pessoas em França, que trabalha também com uma filial instalada na Índia e uma equipa de venda por todo o mundo e mais precisamente na Índia, em Singapura, no Japão e em Londres. O seu trabalho de economista quantitativo implica uma reflexão sobre os números e a realização de um balanço graças a eles. Ele também é Diretor de Produção, atua em todas as etapas da produção, desde a parte comercial até a produção do estudo em si mesmo e o atendimento ao cliente. Ele gere todas as equipas francesas.
A empresa baseia-se em 4 atividades principais : os riscos dos países emergentes, na qual a empresa criou uma ferramenta interna chamada Riskmonitor, as economias maduras, o conselho estratégico às empresas e a Engenharia de Estudos. Esta conferência foi muito enriquecedora e completou as aulas de Comércio Internacional e de Economia dadas até hoje no nosso curso LEA. O bônus desta conferência foi a comparação de M. Pautonnier entre um país da região ALPI e um país da região PECO, a Argentina e a Rússia.
Stéphanie Grasteau - Organizadora de eventos independente
A Stéphanie Grasteau, empresária, veio expor a sua carreira na gestão de eventos e as evoluções que conheceu este setor durante a última década.
Especialista de eventos deportivos e vindo de Le Mans, ela trabalhou e ainda oferece serviços para as 24h de Le Mans. Hoje, a Stéphanie Grasteau é independente e propõe serviços de consulting, sponsoring e gestão da publicidade. Ela participa na organização de diferentes tipos de eventos, como festivais e corridas de carro. Ela insistiu no facto de que a criação de uma rede profissional é primordial no mundo dos eventos. Afinal, Stéphanie Grasteau dedicou o fim da sua intervenção a um exercício que nos ajudou a refletir sobre nós mesmos, do que gostamos e o que poderíamos fazer no nosso futuro profissional. Este momento de intercâmbio deu-nos a oportunidade de centrar-nos no que realmente queremos, o que não costumamos fazer no quotidiano.
Carlos Laboy - Auto-empresário portoriquenho
Tivemos o prazer de acolher o Carlos Laboy, empresário porto-riquenho e assistente linguístico na Universidade Rennes 2. Apresentou-nos a situação de Porto Rico e por exemplo, a lei da cabotagem, que obriga os produtos importados a passar pelos Estados Unidos. Ele quis desenvolver as suas atividades localmente. Assim, ele criou duas empresas com familiares em Porto Rico.
O seu primeiro projeto empresarial, Olita, uma marca de roupa eco-friendly, dirigida aos fãs de surf, o surf sendo uma atividade muito praticada na ilha, fabrica e vende camisetas com um design intemporal. Além disso, o projeto inscreve-se no desenvolvimento da ilha, dado que 10% dos lucros serve para ações sociais da ilha. O seu segundo empreendedorismo foi a criação de um bar cultural, Birriola, onde artistas, músicos, poetas, pintores… podem expressar-se. Na mesma ideia do “local”, o bar propõe bebidas, como cervejas porto-riquenhas.
Alfonso Martinez - Chefe da Gestão de Projectos de Cooperação Internacional com a América
Na sexta-feira 27 de outubro de 2017, o Master ALPI teve o prazer de receber Alfonso Martinez Saenz, Responsável de Projetos na Expertise France, em Paris, desde o ano 2013. Houve um bom ambiente durante esta conferência, especialmente graças à personalidade alegre do senhor Martinez.
Antes de começar a falar da sua carreira, o senhor Martinez pede que cada um se apresentasse dando o seu nome, o destino para o segundo semestre, os países que visitou na América do Sul e por fim, o seu projeto profissional depois do Master.Depois, foi a vez de Alfonso Martínez de apresentar-se. Ele vem da cidade de Monterrey, no norte de México. De 2001 a 2005, ele estudou Ciências Políticas e Relações Internacionais no Instituto Tecnológico de Monterrey, estudos durante os quais se foi de intercâmbio na Universidad Pontificia Comillas em Madrid, no período 2002-2004, onde estudou as Instituições Europeias e o Direito Internacional.Posteriormente, ele fez dois Masters na Universidade Paris XIII. Primeiro, um Master em Cooperação Internacional com países emergentes e depois, um Master em Cooperação Internacional e ONG no período 2009-2010.
Após este último Master, ele fez um estágio em 2010, na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), em Paris, nas delegações da UE e de México, durante o qual analisou políticas públicas em ajuda no desenvolvimento.Depois, Alfonso viajou a Bruxelas, em janeiro de 2011, para trabalhar durante 3 meses na CONCORD, uma ONG europeia de ajuda no desenvolvimento. Depois de 3 meses em Bruxelas, voltou a Paris para trabalhar em France Expertise Internationale como Operador de Cooperação na implementação de projetos de coesão social na América Latina (projeto EuroSocial) e trabalhou 6 meses como Director das Relações Europeias e Internacionais na FEDEREC (Federação de Empresas de Reciclagem). Finalmente, desde maio de 2013, voltou à Expertise France, como Responsável de Projetos para EuroSocial. O projeto trabalha com os 18 países da América Latina que desejam a ajuda da Europa. O projeto beneficia também da ajuda financeira da Comissão Europeia e assim, tenta usar esses fondos judiciosamente. Alfonso Martinez está constantemente em contato com os ministérios da América Latina tais como o Ministério de Direitos da Mulher e o Ministério de Desenvolvimento Social.
Ludivine Félix - Diretora de Comunicação de uma ONG boliviana
Tivemos a oportunidade de ter uma conferência da Ludivine Felix, Responsável de Comunicação e dos Voluntariados para a associação Bolívia Digna. Ludivine já trabalhou em várias Organizações Não Governamentais antes para o Parlamento Europeu. Depois, decidiu mudar totalmente de vida e ir a Bolívia, mais precisamente a Cochabamba, para dar mais visibilidade a esta associação. No princípio, a Ludivine veio ali como voluntariada, antes de propor a sua candidatura para encarregar-se da comunicação da associação. Faz mais de um ano que ela trabalha ali e teve que iniciar novas estratégias para atrair mais voluntários com o fim de melhorar o funcionamento da associação. Por exemplo, ela mudou a página web da associação para apresentá-la em três idiomas : francês, inglês e espanhol. Além disso, ela desenvolveu as redes sociais da Bolívia Digna como Facebook ou Instagram, que são as redes sociais que funcionam melhor graças às fotos. Também são as redes sociais que alcançam os jovens e é o que ela está a buscar. A Typhaine apresentou-nos a situação das ONGs em Bolívia dizendo que têm dificuldades porque o governo boliviano está em contra dessas associações. De facto, muitas associações são obrigadas a fechar e para as suas atividades.
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