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Projeto QUITO: Do Equador à França

Foto do escritor: Enzo MaillardEnzo Maillard

Prefácio

No âmbito de um Mestrado, os(as) estudantes são cada vez mais incentivados(as) a realizar projetos concretos. Essa abordagem permite que coloquem em prática seus conhecimentos, desenvolvam competências profissionais e enfrentem os desafios reais de sua área de atuação. Relacionado ao Mestrado LEA ALPI, o Projeto Quito insere-se nessa dinâmica.

De fato, estudantes da 15ª turma do ALPI trabalharam neste projeto, assumindo as etapas e tarefas necessárias para alcançar os objetivos estabelecidos e atender às expectativas dos produtores de cacau equatorianos. Este artigo inclui depoimentos delas sobre a experiência vivida nesse projeto.

As estudantes responsáveis por este projeto foram:


Lorena DE ALMEIDA PIMENTA 

Bruna SOARES FERREIRA

Limounaoirati SAID

Cecilia CACHAGO AMADENO

Sandrine TEIXEIRA GONCALVES

 

Para contextualizar

O Projeto Quito foi realizado em colaboração com a Câmara de Comércio e Indústria França-Equador (CCIFEC). A Câmara de Comércio e Indústria é uma instituição que apoia as empresas em todas as áreas relacionadas às suas atividades: desenvolvimento, recursos informacionais, parcerias, entre outros. A particularidade da CCIFEC é que ela conecta a França e o Equador, inserindo-se assim no âmbito do Comércio Internacional.


A equipe da CCIFEC, localizada em Quito, capital do Equador, foi contatada por 13 produtores diferentes de cacau e chocolate equatorianos, cada um com seu perfil e características únicas. Todos compartilhavam o mesmo objetivo: promover as trocas comerciais entre o Equador e a França, conseguindo assim estabelecer conexões com empresas francesas para comercializar seus produtos.


Paralelamente, o Salon du Chocolat foi organizado em Paris no final de outubro e início de novembro de 2024. Este evento representava uma oportunidade ideal para estabelecer essas conexões, pois reúne diversos atores da indústria e atrai participantes de diferentes setores.

 

Para qual finalidade e objetivos se orientou este projeto?

No caso do Projeto Quito, o objetivo principal esteve relacionado à prospecção de clientes franceses que pudessem se interessar em comprar cacau e/ou chocolate do Equador (pesquisa, contato, acompanhamento). Era necessário tentar convencê-los a participar do Salon de Paris, mas também apresentar o perfil dos produtores equatorianos para possíveis colaborações. Assim, buscava-se desenvolver a rede desses produtores e ampliar a venda de seus produtos na França.


Um segundo objetivo foi a pesquisa. Em colaboração com a CCI, os estudantes se concentraram na elaboração de um relatório sobre as características do mercado de cacau na França. Este projeto foi considerado uma experiência de estágio voluntário.

 

Como o grupo se organizou?

Aqui, as estudantes responsáveis pelo projeto explicam como se organizaram no trabalho e como lidaram com as restrições associadas ao projeto:


"O tempo foi um fator bastante importante e desafiador, pois era bastante limitado. Na verdade, durante as duas primeiras semanas organizamos as reuniões iniciais para entender o projeto e estabelecer uma base sólida. A equipe então teve de 3 a 4 semanas para realizar todas as tarefas.

Nossa organização inicial baseou-se principalmente na ideia de estabelecer um cronograma para estruturar o que pretendíamos fazer nas semanas seguintes. Precisávamos de um certo nível de organização para conseguir equilibrar o projeto com as aulas do M1. Algumas tarefas tinham maior prioridade que outras, e esse nível de prioridade era definido com base no grau de 'realizabilidade' de cada missão."


A colaboração foi o elemento principal. A equipe era composta por cinco estudantes, cada uma com uma personalidade e uma maneira de trabalhar diferentes, além de habilidades e fragilidades distintas. A habilidade de uma acabou compensando a fraqueza da outra. A compreensão e a comunicação entre elas foram essenciais para uma boa divisão do trabalho.


Quais foram as missões?

Antes de mais nada, a CCIFEC forneceu uma lista de clientes a ser contatada por e-mail e telefone. Elas também estavam livres para realizar suas próprias pesquisas e encontrar outros prospects, o que fizeram. Esses prospects eram tanto empresas francesas quanto de outros países da Europa, como a Espanha.


"Antes de fazer as ligações, precisávamos elaborar um 'plano' para abordar os prospects. Era necessário saber o que dizer e como dizer, como direcionar a conversa e transmitir a mensagem correta. A prospecção por telefone é uma atividade bastante complexa; por um lado, é intimidante, e por outro, melhora com a experiência. O mesmo procedimento foi seguido para a redação de e-mails padrão, realizados em espanhol e inglês."


A próxima etapa foi, portanto, o trabalho de contato e prospecção.

"Não são necessariamente os clientes que precisam de você, é você que precisa dos clientes; então, você deve convencê-los, ir até eles e chamar sua atenção. Além de uma prospecção 'remota', algumas de nós também organizaram uma prospecção local, fazendo visitas a chocolaterias em Paris e Rennes."


Posteriormente, outras missões foram adicionadas ao projeto, e o grupo se adaptou às necessidades da CCIFEC. Relatórios semanais foram solicitados para facilitar a comunicação com toda a equipe. Além disso, uma solicitação foi feita para pesquisar uma fábrica de chocolate, com o objetivo de organizar uma visita para os produtores equatorianos durante sua viagem à França. O grupo também recebeu a missão de redigir um relatório sobre o mercado de cacau na França, feito paralelamente com os atores presentes durante o Salon du Chocolat em Paris.

 

Os resultados deste projeto?

"Nossa participação na feira foi muito breve, mas muito interessante. É um evento bastante importante e de grande proporção, com muitos estandes e centenas de participantes. Durante um dia, nós principalmente visitamos os estandes e fizemos prospecção no local. O Salon du Chocolat é uma excelente oportunidade para descobrir o melhor da indústria."


Posteriormente, recebemos retornos positivos de maneira geral; alguns encontros foram organizados. De forma geral, um número considerável de clientes parece ter se interessado pelos produtos equatorianos, e eles são bastante numerosos. O mercado é promissor. É verdade que a prospecção é um trabalho bastante relevante para o desenvolvimento das atividades das empresas. No caso do projeto Quito, a limitação de tempo se revelou um grande desafio.


"Acredito que há um grande potencial para fazer mais e estabelecer melhores relações entre os produtores equatorianos e os empresários franceses," acrescenta Lorena.

 

As impressões do grupo?

"Foi um projeto muito enriquecedor e instrutivo, com muitos desafios, mas no final é aí que está o interesse de estar em um mestrado e fazer parte deste tipo de iniciativa: é na dificuldade que se tiram as melhores lições. Fazer parte da equipe Quito nos permitiu desenvolver habilidades que talvez não tivéssemos exercido antes em nossa carreira. Foi um projeto que nos ensinou muito sobre a importância do trabalho em equipe, do respeito pelo outro e das nuances culturais. Consideramos que, apesar das dificuldades, conseguimos nos adaptar bem e fazer o que foi pedido. Além disso, a equipe da CCIFEC é calorosa e acolhedora; são verdadeiros especialistas na área."


Algumas integrantes do grupo mencionaram as trocas que tiveram com os produtores durante a feira. Essas interações as tocaram especialmente. Elas puderam aprender sobre a produção de cacau, as técnicas específicas de cada produtor e também as particularidades dos produtos que eles preparam. Conseguiram entender o tema de uma forma mais próxima.


"Também ficamos surpresas com a resposta de muitos clientes, que pareciam muito entusiasmados e adoraram os chocolates equatorianos oferecidos na feira."

  

Para concluir

Em resumo, o projeto Quito tornou-se uma etapa importante em seu percurso acadêmico e profissional, estabelecendo uma boa base para o futuro.

Este projeto trouxe valor agregado a todas as partes envolvidas. No que diz respeito ao grupo, todas tiveram a oportunidade de descobrir uma área que, para algumas, era desconhecida. Claro, também desenvolveram competências em gestão, planejamento e organização, habilidades que são valiosas em diversas áreas. O desenvolvimento de habilidades específicas, como tomada de decisão, coordenação e colaboração com os membros do grupo, bem como com os profissionais envolvidos, foi essencial. Além disso, a gestão e a divisão do trabalho foram importantes, incluindo a gestão eficaz do tempo e das prioridades.


A comunicação profissional foi empregada de várias formas e com diferentes ferramentas, especialmente em tarefas de prospecção por telefone, e-mails e também pessoalmente. Por último, mas não menos importante, além de poder incluir essa experiência em seus currículos, essas estudantes tiveram a oportunidade de estabelecer uma conexão com o meio profissional, contribuindo diretamente para os objetivos de organismos e atores desse meio. Tudo isso em contextos culturais diferentes, levando ao aumento da credibilidade e da visibilidade. O enriquecimento de uma rede de contatos profissionais constitui um potencial para futuras oportunidades.


"Estamos todas muito orgulhosas e gratas por essa experiência. Ao refletir, entendemos melhor certos aspectos do projeto e como agiríamos se tivéssemos que refazê-lo. A experiência nos permitirá antecipar certas situações, argumentar melhor e comunicar de forma mais eficaz. Além disso, ao adaptar tanto o conteúdo quanto a forma, é importante saber insistir e, sobretudo, não ter medo de fazê-lo, porque, no final, não temos nada a perder, mas tudo a ganhar."

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